Baleia Azul: Não seja engolido por essa ideia!
Por Erika Patrícia Gueiros
Através da mídia estamos recebendo muitas informações para estar alerta sobre filmes e jogos que levam a comportamentos suicidas, mas o que fazer? Atribuir tudo a obras do ambiente espiritual e somente orar?
Talvez
você ainda esteja tentando entender onde está o perigo e quais as orientações,
vamos comentar alguns:
O
jogo da baleia azul:acontece
inicialmente no ambiente virtual e é composto por 50 desafios que levam ao
autoflagelo, alimenta a baixa autoestima, coloca a morte como fim viável e por
fim leva ao suicídio. Solicita prestação de contas, faz ameaças e incentiva a se
relacionar com outros jogadores. O convite pode vir também através de rede
social, onde muitas vezes o perfil revela tendência à depressão ou prazer em
andar além dos limites.
13 ReasonsWhy( os treze porquês): uma série que tem como
personagem principal uma estudante que após sofrer várias agressões, descreve
os porquês de tirar a própria vida,
dando ao suicídio uma abordagem romântica e justificável.
Pequena
loja de suicídio: filme
infantil que mostra de forma lúdica a banalidade da vida, as diversas formas de
cometer o suicídio e como tudo está tão próximo da realidade infantil, através
de valores familiares.
Vemos
como o perigo nos cerca e a conclusão é clara: crianças e adolescentes precisam
de cuidado, atenção e acompanhamento. As fases do desenvolvimento são marcadas
por curiosidade, experimentação e mudanças de sentimentos então vamos deixar algumas
dicas para que seu filho se desenvolva bem em casa, na escola e por onde andar.
Se
a nossa preocupação se limitar apenas a um jogo, deixamos de aproveitar o
momento para lembrar que a intenção suicida geralmente inicia-se com a
imaginação, a ideia, posteriormente um plano de como fazer isso, e neste
período podem acontecer alguns ensaios, imaginários ou realistas, e
posteriormente o ato em si. E nestes espaços encontram-se as ferramentas que
vão trazer grandes prejuízos.
Como
podemos ajudar?
Ouvir
mais! A educação não é feita só de sermões, precisamos ensinar valores e
verificar o aprendizado através das diversas formas de se expressar.
Atenção
aos comportamentos de isolamento. Ninguém nasceu para viver sozinho, pode
parecer sossego alguém quieto em uma ferramenta tecnológica, mas jamais será
saudável.
Recorrer
ao profissional da saúde. Nem sempre é possível passar por situações de
mudanças inesperadas, algumas são traumáticas, uma pessoa fragilizada com tendência
a humor triste, ou com qualquer outro problema emocional pode desenvolver
problemas na autoestima e precisar de ajuda específica.
Intervir
no acesso a ferramentas. Muitas vezes a instrumentalização passa pelas mãos de
outras pessoas.Armas, remédios, substâncias tóxicas, jogos assassinos, jogos
suicidas, séries depressivas são potencialmente destrutivos e devem ser
afastados.
Fases de
alerta
Não
é bom ignorar nem supervalorizar cada informação, mas precisamos conhecer quais
os riscos reais a nossa volta e trabalhar para as intervenções necessárias.
Há
uma ideiaque quando a pessoa que fala em suicídio, o faz para chamar a atenção,
e não tem intenção. Na realidade o desejo não é de morrer, mas de se poupar de
viver. A fala também pode ser indireta, expressa na vontade de sumir ou de
achar que é responsável por todos os problemas.
Pessoas
fragilizadas com depressão, ou outros problemas psíquicos, podem ter formas
diferentes de ver o mundo e gerar mudanças visíveis no comportamento, como se
trancar no quarto, não falar com ninguém, se afastar de convívio familiar e
isso vai sendo entendido como fenômeno da adolescência, uma vez que não
consegue se expressar.
O resgate
A
família continua sendo o melhor ambiente de atenção, então devem ser observadas
perdas de interesse em atividades comuns; mudanças em hábitos de sono e de
alimentação; redução no desempenho escolar e/ ou recusa em ir para aula; comportamentos
autodestrutivos; falas sobre morte e suicídio, até como vontade de “sumir”,
“desaparecer”, “ir embora”; exposição a violência e situações de bullying; postagens
de baixa autoestima em redes sociais; muito tempo em filmes ou jogos com
incentivos mortais.
Essas
são alguns das situações que indicam não só a participação em determinado jogo,
mas a forma como os conceitos e valores da vida então sendo vivenciados. A
preocupação não é só livrar nossos filhos de um ato, mas lhes conceder o
direito à vida.
João
10:10, nos diz que o diabo vem para roubar, matar e destruir e Cristo para nos
dar vida em abundância. Crianças e Adolescentes gostam de desafios, não os
deixem vazios de conteúdos de vida, pois o mal que os cercam estarão prontos
para ceifá-los para morte.
Erika Patrícia é Psicóloga Escolar, membro da Igreja Presbiteriana do Jordão Alto em Recife-PE.